quarta-feira, 20 de novembro de 2013

A MULHER E SUA HISTÓRIA


Na Colônia


As mulheres na colônia, em sua maioria, estavam subordinadas ao mando de seus pais e maridos. Muitos documentos descreviam episódios de agressão, clausura e perseguição. No entanto, revela-se a participação das mulheres de outras formas que escapam da lógica da dominação.
No período da economia aurífera, os centros urbanos coloniais foram progressivamente tomados por estabelecimentos comerciais que abasteciam a população local, e o numero de  mulheres envolvidas no comércio era bastante significativo. No ano de 1776, o comércio de Vila Rica tinha setenta por cento de seus estabelecimentos administrados por mulheres.
Alguns relatos reforçam outra perspectiva ao falarem dos casos de mulheres que rompiam com a relação matrimonial e buscavam  uma vida autônoma. Apesar de moralmente marginalizadas, essas mulheres não deixavam de impressionar pelas estratégias e ações que determinavam a sua sobrevivência em um mundo tomado pela figura masculina. Não raro, a prostituição aparecia como uma forma de sobrevivência à exclusão e à miséria.
No ambiente doméstico, a influência feminina poder ser vista no trato com a criadagem ou, até mesmo, na negociação de direitos e tarefas a serem delegadas ou permitidas pelo marido. Além disso, relatos fantasiosos conferiam poder a mulheres capazes de fabricar poções mágicas, invocar orações secretas, rogar pragas ou determinar a cura de doentes. Sendo assim, vemos que o lugar da mulher no ambiente colonial foi mais diverso do que talvez possamos pensar.


No Império 


Nesse contexto, a mulher era quem passava a imagem de estabilidade e sucesso da sua família. Ela era responsável pelos assuntos domésticos como as tarefas dos escravos e na educação dos filhos. Estes como futuro e tesouro da família, eram educados de perto pelas mulheres para que não estejam em contato próximo com os escravos.
    Mesmo com a submissão e o preconceito com as mulheres trazidas de Portugal, as mulheres ao longo do tempo, começaram a tentar quebrar esse pensamento e de alguma forma começar deixar sua marca na sociedade.
    As escolas femininas, traziam ensinamentos de trabalhos domésticos, fazendo com que a mulher saiba desde sua infância como atender as regras exercidas pelo homem, assim, estando preparada para seu casamento que deveria ser sua maior aspiração.
    Com a fixação das Escolas Normais, onde a educação era ensinada de forma “igual” entre os homens e as mulheres, possibilitou a entrada da mulher no mercado de trabalho, pois como até então estava submissa, este setor era ocupado somente por homens.
 

Na Republica


  É nesse período de transição que ocorre várias conquistas para a mulher. Porém, no início, seus direitos e deveres não mudaram muito em relação aos outros períodos, sempre submissa ao homem em praticamente tudo. Perante a sociedade, toda mulher deveria ser educada para cuidar da casa, dos filhos e do marido. Seus direitos eram totalmente submissos em relação ao dos homens, elas não votavam, e eram proibidas de ter alguma participação em espaços públicos, e para elas não havia direito de educação. Essa imposição masculina só dificultou a participação feminina nesses locais.
  Porém, em 1934 a mulher começa a votar, mesmo assim, o código permitia apenas que mulheres casadas, autorizadas pelo marido, viúvas e solteiras com renda própria pudessem votar. As restrições só foram eliminadas em 1934. O primeiro país do mundo em que as mulheres puderam votar foi a Nova Zelândia, em 1893. Na América Latina, o primeiro foi o Equador, em 1929. E no Kuwait, isso só se tornou possível em 2006. Na década de 50, ocorreu o Movimento Feminista ou Movimento de Libertação da Mulher, onde nele, elas protestavam seus direitos, esse movimento não só abalou fortemente a sociedade civil, como também toda a sociedade cristã.
  A profissionalização feminina na educação aconteceu pelo fato da docência ser considerada uma continuidade do lar, sendo assim a mulher atendia as condições exigidas, pois era responsável pela educação dos filhos, e considerada a pessoa mais apropriada para ensinar. Portanto, a mulher conseguiu se inserir, mesmo que timidamente num processo social mais amplo, através de sua inserção no magistério, o que de alguma forma, ajudou a ampliar seus direitos. Um exemplo mais recente disso é o da Dilma Rousseff, que é presidente do Brasil.

Principais conquistas das mulheres na política brasileira


- Em 1932, as mulheres brasileiras conquistam o direito de participar das eleições como eleitoras e candidatas.
- Em 1933, Carlota Pereira de Queirós tornou-se a primeira deputada federal brasileira
- Em 1979, Euníce Michiles tornou-se a primeira senadora do Brasil.
- Entre 24 de agosto de 1982 e 15 de março de 1985, o Brasil teve a primeira mulher ministra. Foi Esther de Figueiredo Ferraz, ocupando a pasta da Educação e Cultura.
- Em 1989, ocorre a primeira candidatura de uma mulher para a presidência da República. A candidata era Maria Pio de Abreu, do PN (Partido Nacional).
- Em 1995, Roseana Sarney tornou-se a primeira governadora brasileira.
- Em 31 de outubro de 2010, Dilma Rousseff (PT - Partido dos Trabalhadores)  venceu as eleições presidenciais no segundo turno, tornando-se a primeira mulher presidente da República no Brasil.

Anita Garibaldi


Ana Maria de Jesus Ribeiro da Silva nasceu na cidade catarinense de Laguna. Teve uma origem familiar humilde e uma boa educação. Casou-se jovem, aos 15 anos de idade, com Manuel Duarte de Aguiar. Em 1837, com o desenvolvimento da Revolução Farroupilha, ela conheceu Giuseppe Garibaldi, o qual foi um dos principais líderes do movimento que conquistou sua cidade natal. Essa se apaixona por Giuseppe, então resolve abandonar o seu infeliz matrimônio para marcar História com o nome de Anita Garibaldi ao lado do revolucionário italiano. Anita aprendeu a manusear espadas e armas de fogo no tempo em que Laguna se transformou em sede do governo da República Juliana. Em pouco tempo, sua paixão por Giuseppe e os riscos da guerra se tornaram situações comuns.

Durante a Batalha de Curitibanos, o casal se separa e Anita é capturada pelo exército imperial. Presa, os oficiais a informam de que Garibaldi morreu, esta, a qual estava grávida, pede que a deixem procurar o corpo entre os mortos. Sem encontrá-lo, ela suspeita de que ele estivesse vivo, entãomaproveita o descuido dos soldados, salta sobre um cavalo e foge em meio aos disparos. Depara-se com o rio Canoas e lança-se nas águas. A perseguição termina pois os soldados acreditavam que esta estava morta. Anita vai á outra margem e vaga durante quatro dias pela mata, sem comer ou beber, quando finalmente reencontra os rebeldes. Na cidade de Vacaria se une novamente a Garibaldi e alguns meses depois nasce seu primeiro filho dos quatro que tiveram.

Em 1841, Anita e Garibaldi vão para Montevidéu, cidade o qual estava sitiada pelas forças do argentino Juan Manuel de Rosas, que apoiava Manuel Oribe contra o ditador Fructuoso Rivera. O casal luta ao lado de Oribe. O sítio durou cerca de nove anos, ao fim dos quais Rivera foi derrotado na batalha de Arroyo Grande. Apesar da conquista, tiveram que enfrentar a opulência das forças franco-austríacas, e bateram em retirada nas ofensivas que marcaram a Batalha de Gianicolo. Acompanhados por, aproximadamente quatro mil soldados, o casal de revolucionários ainda teve de suportar a pressão de outros exércitos contrários ao processo de unificação.

Quando atingiram a cidade de San Marino, a embaixada norte-americana ofereceu um salvo conduto que poderia tirar o casal daquela penosa situação de risco. Não aceitando o convite, por temer a desarticulação do processo de unificação, Anita e Giuseppe continuaram a sua fuga. A essa altura, esgotada pela quinta gravidez, a valente revolucionária ficou abatida ao enfrentar uma grave crise de febre tifoide. Não resistindo, Anita faleceu nas proximidades de Ravenna, em 4 de agosto de 1849. Ferozmente perseguido pelos soldados austríacos, Garibaldi não teve sequer a oportunidade de acompanhar os cortejos fúnebres da esposa. Partindo para o exílio, o revolucionário italiano ficou dez anos fora da Itália. Somente em 1932, o corpo de Anita Garibaldi foi definitivamente transferido para a colina de Janiculo, localizada na porção ocidental da cidade de Roma.


Chiquinha Gonzaga


"Viva Chiquinha Gonzaga que, com sua música, abriu alas para que brasileiras tivessem o direito de votar. O dia da conquista foi lembrado por prefeitas e vices eleitas em 2012. A convite da ministra Eleonora Menicucci, da Secretaria de Políticas para as Mulheres, elas se reuniram no RJ, no fim de semana, para analisar as últimas eleições e avaliar alternativas para aumentar a inserção de mulheres em espaços públicos."

Francisca Edwiges Neves Gonzaga nasceu no Rio de Janeiro, filha do militar José Basileu Neves Gonzaga e de Rosa de Lima Maria. Estudou piano com professor particular e aos 11 anos compôs sua primeira música, uma cantiga de Natal: Canção dos Pastores. Compositora, instrumentista, regente. Maior personalidade feminina da história da música popular brasileira e uma das expressões maiores da luta pelas liberdades no país. Promoveu a nacionalização musical, foi a primeira maestrina, autora da primeira canção carnavalesca, primeira pianista de choro, introdutora da música popular nos salões elegantes e fundadora da primeira sociedade protetora dos direitos autorais.

Se casou aos 16 anos, com um oficial da Marinha Mercante. Poucos anos depois abandonou o marido por um engenheiro de estradas de ferro, de quem também logo se separou. Passou a sobreviver como professora de piano. Passou a integrar o Choro Carioca como pianista a convite do flautista Joaquim Antônio da Silva Callado. Aperfeiçoou-se com o pianista português Artur Napoleão.

Em 1889 promoveu e regeu, no Teatro São Pedro de Alcântara, um concerto de violões. Foi uma ativa participante do movimento pela abolição da escravatura, vendendo suas partituras de porta em porta a fim de juntar fundos para a Confederação Libertadora. Com o dinheiro arrecadado na venda de suas músicas comprou a alforria de José Flauta, um escravo músico. Chiquinha Gonzaga também participou da campanha republicana e de todas as grandes causas sociais do seu tempo. Já era uma artista consagrada quando compôs, em 1899, a primeira marcha- rancho, Ó Abre Alas, verdadeiro hino do carnaval brasileiro.

Em setembro de 1917, liderou a fundação da SBAT (sociedade pioneira na arrecadação e proteção dos direitos autorais). Aos 85 anos de idade escreveu a última partitura. Sua obra reúne dezenas de partituras para peças teatrais e centenas de músicas nos mais variados gêneros: polca, tango brasileiro, valsa, habanera, schottisch, mazurca, modinha etc. Chiquinha Gonzaga faleceu aos 87 anos de idade, no dia 28 de fevereiro de 1935, no Rio de Janeiro.